1) O entrevistado da vez é o dramaturgo Adalberto Monteiro Neto, dono do blog “As Primas de Adalberto”, que ganha cada vez mais visibilidade. Para início de conversa, como é estar a frente de um blog tão popular?
É muito bom. Eu não imaginava ser lido por tanta gente. O blog surgiu como ideia de ser apenas um portfólio, mas acabou virando uma diversão minha e de quem o lê. E isso eu agradeço ao saudoso Mauro Rasi. Se não fosse “As tias do Mauro Rasi” dele, “As primas do Adalberto” jamais existiriam.
2) Em algum momento você já ficou sem ter o que escrever ou já pensou em dar fim ao blog?
Como eu disse anteriormente, o blog surgiu como um portfólio. Eu queria ter textos curtos para mostrar para os roteiristas um trabalho meu. Então, em 2009, quando o lancei, só coloquei duas publicações. Aí, quase um ano depois, resolvi voltar a escrever nele e nunca mais parei.
3) É verdade que o blog futuramente pode se tornar uma peça de teatro?
Verdade. Os ensaios, inclusive, já estão para começar.
4) Falando em teatro, você andou cursando Interpretação com Daniel Terra, não é mesmo? Pretende inicar uma carreira de ator ou apenas quis saber como é “estar em cena”?
Eu quis ver, na prática, como é falar o texto de uma outra pessoa. Achei bastante difícil, definitivamente atuar não é a minha praia, mas foi um laboratório e tanto. Agora, consigo escrever, pensando mais no ator.
5) Você criou a série Amores de Guta, que conta a história de uma balzaquiana encalhada que faz de tudo para conseguir um namorado. Uma comédia típica de fim de noite. Na sua opinião qual a maior dificuldade que um autor, ainda desconhecido da grande massa tem para implantar um trabalho na TV?
Conseguir alguém que leia o seu material. E foi exatamente daí que surgiu a ideia do blog. Os autores conhecido devem receber, por dia, uma quantidade imensa de roteiros para ler. E eles têm muitas páginas, o que inviabiliza a leitura de todos. O blog tem textos curtos, além da diversidade de histórias, o que, caindo nas graças de algum roteirista, pode me fazer com que ele sinta vontade de ler um dos meus roteiros.
6) E como você avalia a atual situação do SBT e da Record no ramo da teledramaturgia?
Boa. Acho que ambos ainda precisam evoluir em diferentes níveis, mas só o fato de já estarem produzindo já é um grande diferencial.
7) O que está faltando na TV atualmente?
Criatividade. É quase impossível de se criar algo totalmente novo. Tudo já foi feito, debatido, produzido. É preciso criatividade para se reinventar, para dar uma cara nova ao que, algum dia, já existiu de uma maneira diferente e, assim, fazer-se valer a pena. A televisão precisa de um novo gás, mas isso não quer dizer, necessariamente, gente nova. Mas gente que some qualidade ao meio.
8) E como estão os seus projetos?
Estão caminhando. O blog “As primas do Adalberto” (www.asprimasdoadalberto.blogspot.com) é atualizado semanalmente. A peça homônima vai começar a ser ensaiada e devemos estrear no próximo ano. E uma última novidade: um livro, também de mesmo nome, deve ser lançado no primeiro semestre de 2012 pela Editora Multifoco. Já selecionei os textos que vão entrar nele e, agora, estou fase de revisão.
Adalberto, muito obrigado pela entrevista, e boa sorte nos seus projetos.
